Ontem, na HBR, foi publicado um bom artigo sobre sucessão empresarial – Why Visionary CEOs Never Have Visionary Successors.

O articulista argumenta que CEOs visionários escolhem sucessores que são, em sua maioria, tarefeiros (!).

Alfred Sloan

Alfred Sloan

Exemplifica com os casos da Microsoft e da Apple, em que o Sr. Steve Ballmer foi apontado pelo Bill Gates e o Sr. Tim Cook foi a escolha do mágico de Cupertino.

Justifica, dizendo que são, ‘basicamente’, bons supply chain managers, ou seja, bons operadores do modelo de negócio criado pelo visionário, competentes em fazer crescer os negócios e extrair lucros extraordinários. Entretanto — argumenta — são incapazes de renovar o negócio, quando os produtos e o business model envelhecem.

Interessante ponto de vista. Suscita indagações curiosas.

Primeiro, quanto à validade da tese – é válida? Em que circunstâncias?

Henry Ford

Henry Ford

Penso, rapidamente, em dois ou três contra-exemplos – Ford, GM e IBM, onde as décadas mostram que Henry Ford, Alfred Sloan e Thomas Watson, visionários reconhecidos, não tiveram visionários como sucessores e seus negócios ainda estão aí, em indústrias que são baseadas em produtos, com ciclo de vida mais longo que produtos high tech, mas ainda com velocidade de inovação elevada.

Admitindo que seja válida a tese, cabem, sim, as perguntas:

  • Sou acionista de uma empresa com um CEO visionário? Quem vem por aí?
  • O modelo de negócios, os produtos, o pipeline de produtos — quanto tempo têm pela frente, até tornarem-se obsoletos?
  • Se a taxa de inovação é muito elevada e muito rápida, o que faremos? Quem fará?
  • Como encontro novos visionários? Existem? Onde estão?
Thomas Watson

Thomas Watson