Uma versão deste post, ligeiramente modificada, foi publicada no linkedin em 16/08/2016.

Temos comentado com frequência as transformações dos modelos de negócios do varejo, impelidas por modificações baseadas em tecnologia, novos entrantes, consolidação, expansão para novas geografias, mudanças de hábitos de consumo, etc.

No Brasil, esse é um setor especialmente importante, por conta das dimensões continentais do país. O atacado e varejo – literalmente – movem o país, o que nos faz manter olhar atento às novidades e tendências locais e globais.

Varejo digital e resultados —

A Amazon deu início à forte onda de disrupção do varejo tradicional, inicialmente via o negócio de livros, seguida de “todos” os demais produtos de consumo. Gigantes do varejo mundial acusaram o golpe e correram, uns cedo e outro tarde, a reorganizar-se.

Os resultados da transição para o mundo móvel & digital são regulares, para não dizer fracos. Os nomes tradicionais têm sido lentos em migrar e os resultados estão aquém do desejado – Carrefour, Walmart, Pão de Açúcar, Casino, Sears, Lojas Colombo, Marisa, Novarejo, Ricardo Eletro, Natura, Boticário, Saraiva, Cultura, Luiza, Renner, Americanas, Zona Sul, Zaffari, Panvel, Drogasil, dentre outros locais e globais, acusam o golpe, em maior ou menor intensidade.

envision - transforming retail business models

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No Brasil, o Carrefour, somente agora voltou ao varejo digital (!), o Casino (PDA, Extra, etc) move-se lentamente e as demais redes locais avançam com timidez. Ademais, enfrentam a entrada de players em seus mercados, como o Grupo Ultra (!). Nos USA, o Walmart aumenta a velocidade, com a recente aquisição da jet.com.

Recentemente, um novo modelo de negócios, cujo exemplo mais conhecido é o Dollar Shave Club, aumenta a ameaça ao varejo tradicional, pois – literalmente – remove o varejo da cadeia de valor, via a venda direta do fabricante ao consumidor final. O número de fabricantes transformando-se em “frenemies” do varejo cresce a olhos vistos e a expectativa é de intensificação deste movimento.
Agora é o Macy’s que acusa o golpe e anuncia o fechamento de 100 (cem!) lojas nos US of A.
Trata-se uma descontinuidade grande, que traz ameaças e oportunidades expressivas.

Haverá migração integral do varejo tradicional para o varejo digital? Não cremos. É possível ser exclusivamente digital? Sim – a Amazon já demonstrou que sim. É desejável ser exclusivamente “tradicional”? Por algum tempo – certamente. A transformação do Walmart vai funcionar? 

Você, do setor de varejo, como está encarando o desafio? Está explorando as oportunidades e agindo? Qual modelo escolheu para os próximos dois a três anos – tradicional, tradicional + digital, digital puro? Por que? Em quais regiões do Brasil convém usar qual modelo? Por que?
O modelo Dollar Shave é uma ameaça? Em que categorias? Quais fabricantes?
O que há para fazer? Por que? Em cada cenário, qual o impacto em receitas, lucratividade, perdas, capital de giro, investimentos e caixa?